Geopolítica
Subterrânea: Terror, Islã e Andes
A partir de 1945, do imediato
pós-guerra, a ordem mundial passou a demarcar três grandes conjuntos de países:
o primeiro, o segundo e o terceiro mundo. Se as duas grandes guerras mundiais
envolveram diretamente os países que compunham o Primeiro e o Segundo Mundo,
estrategicamente detonadas em território europeu; a guerra fria, que sucedeu as
guerras mundiais, alinhou os países capitalistas do Primeiro Mundo contra os
países comunistas do Segundo Mundo, mas em territórios do Terceiro Mundo (como
os conflitos esparsos e esporádicos no Vietnã, Coréias e Oriente Médio, etc.).
Se a guerra fria tornou o mundo bipolar, ou seja, sob um ‘ordenamento’
territorial bipolar, sob uma ‘ordem mundial polarizada’ entre o mundo
capitalista (Primeiro Mundo) e o mundo socialista (Segundo Mundo), não resta
dúvida que este conflito que se desenvolveu da década de 1950 até 1990
transformou os EUA e a URSS em duas grandes potências desenvolvidas, enquanto o
Japão e a Europa ocidental não deixaram de herdar (das guerras mundiais) o seu
cadinho de Primeiro Mundo. O Terceiro Mundo, aquela massa informe e heterogênea
de países que se descolonizavam ao fim das guerras mundiais ainda eram
concebidos como os desalinhado – nem capitalista nem socialista. Na medida em
que os conflitos bipolares entre o Primeiro e o Segundo Mundo foram se dissipando:
com a queda do muro de Berlim, com a abertura econômica e cultural (glasnost e
perestroika) da URSS; com fragmentação nacionalista no leste europeu: o
ordenamento territorial ou a ordem mundial deixa de prescrever três mundos para
registrar apenas uma dinâmica entre dois mundos – o centro e a periferia. Os
países do centro seriam os países ricos simplesmente, o que incluiria a Rússia
(ex-socialista), mas a periferia seria ordenada estreitamente pelos países do
antigo Terceiro Mundo. Este é um deslocamento cartográfico que parte de um
conflito leste-oeste (guerra fria) para outro norte-sul (guerra ao terror).
Em primeiro lugar, ‘centro e
periferia’[1]
é uma expressão de uma ordem global que visa substituir a ordem mundial que se
dividia em ‘três mundos’, com a bipolarização entre EUA e URSS e o
desalinhamento com o ‘terceiro mundo’.
Em segundo lugar, ‘centro e
periferia’ significa uma ‘ordenação’[2]
de países que se contrapõe a partir de um equilíbrio entre as nações ricas e as
pobres, daí resulta a relação de poder que demarca o ‘desenvolvimento’ no
centro e o subdesenvolvimento na ‘periferia’.
Em terceiro lugar, ‘centro e
periferia’ acaba se tornando uma expressão do ‘ordenamento territorial’
obsoleta, visto que fluxos (populacionais, econômicos, informacionais, etc.)
provenientes de países subdesenvolvidos, alinhados à periferia, passam a ser
considerados ‘emergentes’.
Em quarto lugar, o ‘centro’
continuou o mesmo, apesar do esfriamento das forças japonesas e do aquecimento
(armistício) de Israel aliado aos Britânicos e aos Norte-americanos. Desde o
fim da II Guerra, o Japão acabou se tornando um fiel do século XX, com o fim da
guerra fria, Israel tornou-se um grande aliado dos norte-americanos contra o
terror.
Em quinto lugar, a ‘periferia’ se
cindiu entre potências regionais e áreas de influências periféricas, de tal
forma que o mundo parece novamente ordenado entre mundos distintos. A periferia
se reordenou a partir de ações políticas, como o desenvolvimento do G-20 e dos
Foruns Sociais Mundiais, o que acabou agrupando as quatro potências emergentes
da periferia subdesenvolvida: Brasil, Russia, Índia e China. “Centro e
Periferia” é um termo intermediário entre duas constituições ternárias da ordem
mundial: da ‘guerra fria’ à ‘guerra ao terror’, três blocos ordenam o mundo,
mas houve um período entreposto que alinhava os grandes blocos em dois pólos –
o centro (desenvolvido) e a periferia (subdesenvolvido), os ricos e pobres. Com
a emergência de Brasil, China e Índia (além da Rússia) dos países periféricos,
ao longo da primeira década de 2000, no início do século XXI, um ‘teatro da
guerra’ começou a alicerçar o seu ‘recontro’ ao longo dos Andes até as Ilhas
Falklands, na costa sul-americana do Pacífico e também no mar Morto até o
Everest, no Oriente Próximo (ao longo dos desertos do Oriente Médio até a costa
oeste, montanhosa, da China).
Em sexto lugar, os conflitos
entre o Primeiro e o Segundo Mundo na época da guerra fria eram essencialmente
uniformes no que se refere ao seu aspecto político, ou seja, eram dois grandes
projetos políticos em jogo, ou grandes regimes de produção em tensão
(capitalistas e os socialistas/comunistas). Até a década de 1970, no Oriente
Médio, e a década de 1990, na América do Sul, os EUA conseguiram manter sob
controle (através de grandes pactos e acordos sob diversos interesses
nacionais, corporativistas, industriais, etc.) as maiores reservas de petróleo
do planeta: combustível para a ‘máquina de guerra’, sob uma ordem mundial, onde
o Terceiro Mundo e a ‘periferia’ eram aparentemente desalinhados e informes. O
‘inimigo comunista’ foi se dissipando na medida em que o ‘terror’ passou a
conotar o islamismo e o narcotráfico nas áreas onde o controle do petróleo
pelos Estados Unidos passou a se tornar instável. Enfim, houve um deslocamento
recíproco, nas sucessivas ordens mundiais (do Segundo Mundo à periferia), da
‘imagem do inimigo terrorista’: o comunista, o islâmico e o narcotraficante.
Em sétimo lugar, assim como o terrorista-comunista
foi o agente de todo uma ordem mundial ao longo da guerra fria, o
terrorista-islâmico e o narcoterrorista animarão a ordem mundial (BRIC) que se
alinha sob a guerra ao terror, nas regiões mais produtoras de petróleo do
mundo: Oriente Médio e Andes. A guerra ao terror ordena uma nova configuração
de poder que não pode ser reconhecida uniformemente. Trata-se de distinguir o
‘terror islâmico’ (na periferia da Rússia, China e Índia) e o ‘narcoterror’ (na
periferia imediata do Brasil). O início do século XXI nos apresenta uma
configuração de poder onde os países centrais (EUA-Reino Unido-Israel) precisam
abrir um confronto duplo sobre a mesma perspectiva do ‘terror’ e mesmo objeto:
o petróleo. O ‘recontro’ da guerra se descreve em trechos precisos que se
inserem nas paisagens semi-periféricas sul-americanas e asiáticas. O teatro da
‘guerra ao terror’ se encena na antiga semi-periferia do mundo ou na periferia
dos emergentes, dos BRIC?
Década de 1990 na América do Sul (Colômbia e Venezuela)
Quando a Venezuela, de um lado, e
a Colômbia, de outro, alcançaram os limites de um processo político-econômico a
que se sujeitaram ao longo século XX. A Venezuela (grande produtora de
petróleo) não deixa de ser um lugar, um país que sofre o desenvolvimento
mediado pelas relações capitalista baseadas no controle privado das suas
reservas de petróleo, até se constituir um estado com ‘fachada totalitária’ e
antiimperialista, com Hugo Chávez. A Colômbia (grande produtora de petróleo,
mas também de coca) vai se libertando das forças do narcotráfico que chegou a
controlar praticamente toda a política e o processo do país na década de 1980,
com o impacto dos cartéis das drogas, até ‘exterminar’ esse dispositivo com as
forças ‘democráticas’ (com apoio norte-americano) pró-Uribe. O fortalecimento
das bases militares colombianas com W. Bush e B. Obama, complementando-se com a
presença britânica em Falkland (principalmente em 2010), o que define a
presença estratégica dos EUA na América do Sul, sudeste (no Atlântico), a
noroeste no litoral do Pacífico colombiano.
No período pós-guerra, entre as
décadas de 1950 a 1970, dois episódios foram significativos sobre a política de
petróleo, antes que eclodiu a crise de 1973. Primeiramente, com a
nacionalização dos campos petrolíferas do Irã, através das ações do então
presidente Mohammed, em seguida, o apoio norte-americano dado ao Xá Reza
Pahlevi, através, através de uma espécie de ‘golpe político’ que cristalizou um
complexo jogo de interesses capitalistas que culminou direita ou indiretamente
para a constituição da OPEP e dos acordos que elevaram o preço do barril de
petróleo que culminou na crise de 1973. De certo que enquanto o Xá esteve no
poder, o aiatolá esteve exilado, no entanto, como força oponente às práticas
liberais que afetavam a política iraniana, Khomeini orquestou uma revolução no
Irã em 1979, com uso das ‘fitas magnéticas’ (cassetes). Na medida em que o
aiatolá Khomeini derruba a aliança norte-americana com o Xá reza Pahlevi e assume no Irã, em 1980, o Iraque iniciar,
com apoio EUA, conflito sangrento contra o aiatolá, que durou quase uma década.
Ao longo desse conflito, Saddam Hussein, como líder iraquiano, parece se sentir
fortalecido no Oriente Médio, avançando o seu poder militar e expansionista
para o Kuwait na região. O início da década de 1990 foi marcado pela Operação no
deserto do governo Bush contra o Iraque que foi aliado dos EUA contra o Irã no
início da década de 1980, acabou se tornando um inimigo a partir da década de
1990, com o rosto de Saddam Hussein. A guerra no golfo, que operou a partir das
investidas iraquianas no Kwait, conseguiu abalar as estruturas políticas do
governo de Saddam, mas não totalmente, após o “11 de setembro” e a despeito da
presença de bombas de destruição em massa, tropas foram enviadas ao Afeganistão
e ao Iraque, até que Saddam fosse capturado vivo, julgado num ‘tribunal
internacional’ e condenado a morte. O declínio do Iraque, com as emboscadas
levadas por Husseim, não deixa de coincidir com certo fortalecimento do Irã
que, já em meados da primeira década de 2000 não mantinha o sufrágio, como
elemento democrático para eleger Ahmadinejad, islâmico, mas não clérigo como os
aiatolás. O desenvolvimento de potencial nuclear o processo de enriquecimento
de urânio, o que não deixa de favorecer aos iranianos uma resistência às tropas
americanas que provoam, cada vez mais internamente, as suas fronteiras no
Iraque, a oeste, e no Afeganistão e no Paquistão, a leste.
War on Terror – Islamismo e Narcotráfico (“Duplicação do Terror”)
Com o trágico episódio de 2011,
com o atentado terrorista contra o Pentágono e as torres gêmeos, o gesto de W.
Bush não só intensificou a pressão militar no Oriente Médio como designou uma
virada no terrorismo com uma sobredeterminação ou duplicação: para W. Bush o
combate ao terror também se tornou um combate às drogas, ou seja, a guerra ao
terror passou a ser também uma guerra às drogas. O narcoterrorismo teve sua
campanha reforçada com o ‘going to the source’ (ir às fontes) e o Plano
Colômbia. Todos os países que se esforçarem para reduzir o plantio de coca receberiam
incentivos e estratégias para diminuírem (quem sabe até extirpar) a presença
dos cartéis e, principalmente, da ‘organização terrorista’ que amedrontava a
região: as “Forças Armadas Revolucionárias Colombianas”, além dos paramilitares
da AUC.
A Colômbia foi o país que mais se
destacou nesta aliança com os EUA contra o narcoterrorismo nos Andes, mas em
compensação a Venezuela, sob a presidência de Hugo Chávez não hesitou em
enunciar intensa e frequentemente um discurso antiimperialista norte-americano,
em suma, anti-Bush. Esta questão se agravou com a entrada de Evo Morales no
governo da Bolívia, como ex-dirigente dos trabalhadores rurais nas plantações
de coca, na região de Chapare, o processo de nacionalização das reservas
energéticas e minerais bolivianas se intensificou assim como reduziu as
perspectivas norte-americanas de controle em território boliviano. O problema
do narcoterrorismo andino se aprofundou com a campanha de Chávez e de Morales,
promovendo certa oposição ao armamentismo colombiano, afinal, Uribe foi o que
mais se destacou ao seguir a risca as metas dos planos norte-americanos para a
região. Deste modo, o ‘terror’ propolado por W. Bush duplicou-se tanto em
direção ao Oriente Médio quanto no sentido dos Andes, numa acepção dupla: narcotráfico
e islamismo comunista também foram delineados, afinal W. Bush não hesitou numa
em se opor ao ‘clube do Fidel’, ao Forum de São Paulo liderado por político os
‘pró-castro’. A América do Sul, junto com o 11 de setembro, foi
sobredeterminada mais uma vez na geopolítica[3]
mundial, para Bush como teatro do terror.
Geopolítica Subterrânea
A geopolítica que engendrou o
terrorismo não pode ser mais, desde 2001, articulada apenas no Oriente Médio e
ao islamismo, mas acrescente-se a isso o narcoterrorismo Oriente Médio e mantém
certa cumplicidade com o estado de Israel na Palestina e com budismo de Dalai
Lama no Tibete, de resto, o conflito se mantém entre essas extremidades,
passando pelo Iraque e Irã, além do Paquistão e do Afeganistão. Na América do Sul,
as bases de reterritorialização, de um poder bélico que estende até as
Malvinas, com a ancoragem da marinha britânica em 2010, para prospecção de
petróleo no arquipélago, a despeito dos conflitos com os argentinos; entre
estes dois extremos, Venezuela, Bolívia e, em algum caso, o Equador acabaram se
envolvendo em diversos conflitos, mesmo que pontuais, que abrangem o terror e o
desrespeito, segundo os americanos liberais, à democracia.
Dupla estratégia, portanto, que
define esses dois alinhamentos contra o terror. Se no Oriente Médio a
geopolítica continental parece inspirada na Heartland
de Mackinder ou na Rimland de Spykman[4],
nos Andes a geopolítica marítima de Mahan parece inspirar os atos de guerra
contra o narcoterrorismo: o hemisfério norte, de fato, é marcadamente
continental enquanto o hemisfério sul do planeta, que é marítimo, ou seja, a
maior parte de terras emersas está a norte do planeta, pois no sul o volume de
água é maior. Trata-se, contudo, de uma ‘geopolítica subterrânea’ – a
geopolítica do terror, não há por que não associar, nada mais é que a
geopolítica do petróleo (nos Andes e no Oriente Médio): o terrorismo islâmico e
o narcotráfico secretam as maiores reservas de petróleo do mundo.
Estratégia e Geopolítica
O que está em questão não é amarrar
as teorias geopolíticas de H. Mackinder ou de A. Mahan ao terrorismo, mas
simplesmente de não desconsiderá-las estrategicamente. Dentre as concepções de
estratégia destacam-se, nesta perspectiva, pelo menos duas, de um lado, a que
se considera o fator estratégico capaz de ligar os elementos, ao contrário da
oposição dialética[5],
de outro, a estratégica determinada mais pelo espaço, afinal as táticas seriam
mais definidas pelo tempo[6].
Se a estratégia é capaz de unir,
ligar ou tomar contínuos objetos, aparentemente desconectados, então é sob essa
perspectiva estratégica que serão analisados o terrorismo tanto no Oriente
Médio quanto nos Andes, assinalando as suas especificidades relacionadas ao
Islã e ao narcotráfico. Deste modo, a conquista de um espaço estratégico, de um
topos que se estende no Oriente Médio e na América do Sul, como campos de
forças das intervenções militares e diplomáticos contra o terrorismo, não resta
dúvida, deixa de ser essencialmente terrestre, como na Heartland, para se tornar
naval, pois o hemisfério sul é predominantemente marítimo. Se a geoestratégia
que define, ou pode melhor definir a apropriação das áreas que circundam a
Eurásia, é caracterizada terrestre, a geoestratégia de A. Mahan, do poder
naval, pode melhor recobrir a dominação dos Andes, entre as áreas costeiras do
Pacífico e com o ponto de ancoragem britânico nas Falklands, no Atlântico-Sul.
[1] A posição entre os organismos internacionais entre a
polimorfia (na periferia) e a isomorfia (no centro). Cf.: DELEUZE, Gilles e
GUATTARI, Félix. Mil Platôs: Capitalismo
e Esquizofrenia. São Paulo: 34.
[2] “A teoria da ‘ordenação espacial’ (mais precisamente
ordenação espaço-temporal) para as contradições internas, tendentes a gerar
crises, da acumulação do capital. (...) Mas Arrighi lança uma importante
questão: como a relativa fixidez e a lógica peculiar do poder territorial se
compatibilizam com a fluida dinâmica da acumulação do capital no espaço e no
tempo? Para dar uma resposta a isso, precisamos primeiro especificar como agem
de fato no espaço e no tempo os processos moleculares de acumulação do capital”.
Cf.: HARVEY, David. O Novo Imperialismo. São Paulo: Loyola, 200477-82.
[3] A Geografia política da guerra ou a geopolítica:
“(...) a geopolítica (...) é antes de tudo um subproduto e um reducionismo
técnico e pragmático da geografia política (...). A geopolítica representa um
inquestionável empobrecimento teórico em relação à análise geográfico-política
de Ratzel, Vallaux, Bowman, Gottmann, Hartshorne, Whittlesey, Weigert, e tantos
outros. (...) tentar situá-la como ‘ciência contato’ wntre geografia política e
ciência política, a ciência jurídica etc., bastante comum nas introduções de
inúmeros generais-geógrafos-geopolíticos, a começar por Haushofer. (...) as
análise e estudos ditos geopolíticos podem frequentemente tratar-se de estudos
geográfico-políticos. (...) Finalmente, e após um processo de ‘filtragem’ por
que passou no período pós-Segunda Guerra Mundial, especialmente em suas
conotações ideológicas vinculadas ao nazismo. (...) Tais são os exemplos das
atividades do general-geógrafo alemão K. Haushofer no Instituto de Geografia de
Munique e na Revista de Geopolítica, dirigida por ele, E. Obst, O. maull e seu
filho Albrecht”. Cf.: COSTA, Wanderley Messias. Geografia Política e
Geopolítica: Discursos sobre Território e Poder. São Paulo: Edusp, 2010: 55-7.
[4] “No final da Segunda Guerra Mundial, Nicolas SPYMAN
(1944) ofereceu subsídios à hegemonia americana, reafirmando o poder marítimo.
Ainda seguindo a visão de Mackinder, elegeu como área estratégica para poder o
‘Rimland’, as terras peninsulares da Eurásia onde se concentram a população, os
recursos e as linhas marítimas. Parodiando Mackinder, estabeleceu que quem
controlasse o ‘Rimland’ controlaria o mundo, alertando para a necessidade de
impedir o domínio da Alemanha nessas terras através de múltiplas coligações dos
EUA com os outros Estados da América, Europa e Extremo Oriente”Cf.: BECKER,
Bertha K. A Geopolítica na Virada do Milênio: Logística e Desenvolvimento Sustentável.
In: CASTRO, I. E. et alli (orgs.). Geografia:
Conceitos e Temas. Bertrand Brasil: Rio de Janeiro, 2003.281.
[5] “Pois bem, a lógica dialética é uma lógica que põe em
jogo termos contraditórios no elemento do homogêneo. Proponho substituir essa
lógica dialética pelo que chamarei de lógica da estratégia. (...) A lógica tem
por função estabelecer quais são as conexões possíveis entre termos díspares. A
lógica da estratégia é a lógica da conexão do heterogêneo, não é a lógica da
homogeneização do contraditório”. Cf.: FOUCAULT, Michel. Nascimento da Biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008:58.
[6] “As estratégias são portanto ações que (...) elaboram
lugares teóricos (...), capazes de articular um conjunto de lugares físicos
onde as forças se distribuem. (...) Privilegiam portanto as relações espaciais.
(...) As táticas são procedimentos que valem pela pertinência que dão ao tempo
– às circunstâncias que o instante preciso de uma intervenção (...). as táticas
apontam para uma hábil utilização do tempo, das ocasiões que apresenta e também
dos jogos que introduz nas fundações de um poder” . Cf.: CERTEAU, Michel. A Invenção do Cotidiano. Petrópolis:
Vozes, 1994: 102.
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